quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

American Horror Story: Freak Show - e seus altos e baixos

   
        A 4ª Temporada de American Horror Story estreou no dia  5 de outubro de 2014, trazendo um tema que trouxe muito furor (surto mesmo) entre os fãs: os famosos Freak Shows (talvez nem tão famosos assim, mas que eu por exemplo, já tinha ouvido falar). Para quem não conhece, Freak ou shows de aberrações eram shows que exibiam pessoas com anomalias (genéticas ou não) ou deficiências físicas que alteravam drasticamente a sua aparência, como gêmeos xipófagos (unidos), anões e gigantes, e pessoas sem membros ou deformadas. Um verdadeiro espetáculo de horrores, não só pela aparência, mas pela ideia considerada hoje abominável de expor pessoas ao ridículo e ao cruel. Digo hoje porque, para a surpresa inicial minha, esse tipo de exposição só parou em 1970, de acordo com a Wikipédia. Ou seja, a ideia de inclusão, de aceitar o outro não importa as diferenças, é realmente muito nova, especialmente para essas pessoas.
        Logo, podemos ver que essa história trabalha com uma carga emocional muito grande, de exclusão e até mesmo rejeição pela pessoas ditas "normais". Como eu cheguei a ver no Facebook, as verdadeira aberrações não os Freaks, e sim os seres humanos tão superficiais às aparências e capazes de deixar pessoas a mínguas por elas não estarem nos seus padrões. É a nossa busca pela perfeição despida dos "bom-mocimos" que temos hoje (e Graças a Deus que temos!), e na forma mais cruel dos ditos "sere-humanos de bem". Isso logo após a segunda guerra, nos anos 50.
        A série prometeu muito, e teve muito mistério sobre o visual e a história. A notícia que mais trouxe destaque foi com certeza as gêmeas siamesas Bett e Dot (Sarah Paulson), unidas pelo tronco (uma mulher de duas cabeças), algo que pelo menos eu não conheço em nenhuma outra série ou filme. Também teríamos uma mulher de três seios, um menino lagosta, e a menor mulher do mundo (a real, convidada para a série, a Jyoti Amge), além de muitos outros personagens!. 
A minha curiosidade é: como foi feita está gambiarra aí?
      No entanto, apesar de ter tido uma estréia incrível, ao longo dos episódios  essa temporada dividiu os fãs. Talvez por estar lidando com uma temática muito nova, que depende relativamente de um conhecimento desse contexto histórico, ou por realmente deslizes e dificuldades do autor(es), a série apresenta uma inconstância na qualidade dos diálogos e da narrativa ao longo dos episódios. 
      Isso pode ocorrer por vários fatores: na minha opinião, falta um aprofundamento no contexto e na história dos personagens que deixa muitas coisas e ações na série como se simplesmente estivessem jogadas lá, e isso não pode acontecer. As ações não podem parecer forçadas, pois assim tornam-se fracas, sem fundo e sentido. Já que se trata de uma série de horror e drama,  ela tem que ter uma pegada emocional mais forte, algo que para mim faltou em muitas cenas e episódios onde isto era necessário. 
     Em contraste à isso, temos episódios realmente emocionantes, como o mais recente  Orphans (4X10), um ótimo trabalho de cenário, figurino e fotografia e da atriz Naomi Grossman *0*. Isso sem contar a equipe da maquiagem, que tem dado shows particulares nessa temporada, com a criação de mãos-de-lagosta, corpos conservados no formol entre outras coisas.




     Os atores também são um show: além do elenco "fixo" (Jessica Lange, Evan Peters, Sarah Paulson, Kathy Bates, Emma Roberts, Francis Conroi, Angela Basset, etc..), o elenco dos "Freaks" (Jyoti Amge, a melhor mulher do mundo, Mat Fraser, Rose Siggins,  entre outros) muitos realmente com deficiências, estreantes e desconhecidos do público, que encantaram e mostraram um trabalho maravilhoso até agora. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a  Jyoti Amge é atriz?!
     Tudo isso rende ótima cenas,  e desdobramentos que podem ser explorados ao longo da história. A questão é que eles não estavam sendo explorados, isso só começou agora. Talvez isso seja o curso natural da história, e que ela se resolva durante os último três episódios. Mas no seu desenvolvimento, ela parece ter tido uma dificuldade para degringolar, mas o último episódio e os que ainda não estrearam podem ainda nos provar que estamos errados. 




American Horror Story: Freak Show: Nota:8,5/10
   

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